O futebol africano e seu espaço no cenário internacional

O continente africano, dentro da esfera do futebol, possui hoje uma grande importância no cenário mundial. Feito que foi conquistado com o passar do tempo.

Mas nem tudo foi um mar de rosas.

Para conseguirem o seu espaço, muito foi feito no passado. Considerando inclusive um boicote.

Tudo começou em 1934, quando o Egito foi o primeiro país africano a participar de uma edição de Copa do Mundo. Porém o continente ficou sem nenhum representante nas 5 edições subsequentes, voltando apenas em 1966. Nesse período de ausência, os países africanos estavam mais focados em lutar por suas independências frente às nações europeias, estas suas colonizadoras. A questão geopolítica foi o fator determinante.

Na década de 60, os africanos começavam a adquirir suas independências, ganhando expectativas para participar das copas. Porém a FIFA havia determinado, dois anos antes da Copa de 1966, que apenas uma vaga seria destinada a uma disputa entre as melhores seleções da África, Ásia e Oceania. O maior contingente ficaria com a Europa e a América do Sul. Na época a Federação de Gana reprovou a atitude, onde perceberam que seria injusto um trabalho árduo de preparação para eliminatórias, sendo que iria em vão.

Representantes de Gana e Etiópia enviaram um ofício à FIFA, clamando por um melhor prestígio, porém não foram atendidos. Foi aí que em 1964 as seleções africanas anunciaram o boicote e abriram mão de disputar a Copa na Inglaterra. Logo a vaga que "sobrou" ficou para a Coreia do Norte, que atuou no mundial daquele ano. Em 1970, aconteceu a mesma coisa: a entidade máxima do futebol deixou apenas uma vaga para quem melhor se qualificasse dentre os continentes africano, asiático e Oceania. Dessa vez a vaga ficou com o Marrocos, que fora eliminado na primeira fase.


Ohene Djan, representante da Federação de Gana e membro do Comitê Executivo da FIFA, que na época planejou o boicote. (Foto: Hypeness)

A sina seguiu em 1974 e 1978, quando em 1982 a Copa do Mundo teve 24 equipes e não mais 16. Assim a África passou a ter 2 vagas e em 1994 conquistou mais uma, chegando a 3. O cenário melhoraria em 1998, quando a FIFA mudou o formato para 32 seleções, com agora 5 vagas destinadas aos africanos. Esses ganhos muito se deram ao fato das seleções africanas terem desempenhos notáveis na década de 90.

Contando com o mundial na Rússia em 2018, abaixo temos as seleções com mais participações:

- Camarões: 7
- Nigéria: 6
- Marrocos/Tunísia: 5 cada

Assim espera-se que o continente consiga ganhar mais espaço. Um povo tão sorridente, festivo e orgulhoso de suas culturas, as quais contagiam os amantes de futebol.

Comentários

Todos os comentários aqui publicados são de opinião do leitor e não remetem a visão dos autores deste site.

Postagem Anterior Próxima Postagem